quarta-feira, junho 15, 2005

A queda da Sociedade no Café Paris

Meia noite numa rua escura iluminada por um poste fraco e cansado de iluminar. Aos pés deste um senhor de sobretudo negro agasalhava-se do frio com as mãos no bolso enquanto esperava por alguém e por informações importantes. Do lado oposto da rua,completamente escuro, uma mulher de longos cabelos loiros cobertos por um capuz fez um sinal e o senhor de sobretudo cruzou oasfalto apressado."Tem de ser hoje. Todos estarão lá"."Todos quem?"."Os quatro cabeças"."O Macabro também?""Sim"." Tenho contas a acertar com ele"."Espero que dessa vez tudo seja feito como o combinado e o ataque seja só depois de nossa apresentação"."Não se preocupe!""Santa incompetência a de vocês, heim! Deixarem todos escapar na última vez. Aliás até mesmo Ilenidlavski, aquele porco sujo estava lá também"."Ora como assim?""Isso mesmo, mas agora não dá mais, ele não voltará tão cedo"."Então tá volte lá para rebolar pros criminosos outra vez""Idiota!" Então a loira virou-se e em passos rápidos dobrou a esquina, desceu a rua apressada, tomou um táxi e rodou pela cidade por longos minutos até descer em frente ao Café Paris onde ela, a investigadora Danyele, e sua companheira de polícia, Tatiane, trabalhavam disfarçadas na intenção de capturarem os chefes da Sociedade ou obterem qualquer pista que os levassem até eles.

Duas horas da manhã e novamente era anunciada a entrada ao palco das dançarinas que alucinavam os pensamentos dos freqüentadores engravatados com os bolsos recheados de notas azuis de cem reais. Stiepánovitch, o Advogado, ainda não chegara, mas o show já havia começado. Os policiais desta vez estavam disfarçados entre os clientes. Porém os olhos espertos de Zancanarius, o Metódico, perceberam a movimentação estranha, os olhares preocupados na multidão, os acenos de cabeça disfarçados. O climacheirava a tocaia. Naka e Leonard, o Macabro, despercebidos olhando embasbacadamente aos movimentos sensuais das duas dançarinas ao som de Moulin Rouge, não sabiam o que acontecia. Avisados por Zancanarius trataram de retirarem-se pelos fundos, mas foi que Danyele com um golpe de Krav-magá, aprendido no seu treinamento em Israel, derrubou Zancanarius, e Tatiane num só golpe de Kung fu, aprendido em seu treinamento na China, levou ao chão os outros dois.
Os policiais disfarçados atiraram-se sobre os criminosos como gatos famintos sobre ratos iludidos. Imobilizados e algemados ouviram de Danyele que seus dias de crimes haviam acabado e do delegado em chefe ouviram que veriam o sol quadriculado pelas janelas da prisão pelo resto de suas vidas medíocres.
"Alô..." "Alô, Stiepán?""Sim"."Eles foram pegos, não venha para cá"."Pegos? Como assim?...Ah eu avisei que não deveriam voltar lá. Mas deixe comigo...deixe comigo"."E a minha recompensa pela informação vou receber ou não?""Claro que sim. Aguarde e será recompensado". Fim da ligação e o garçom voltou a servir mesas displicentemente como se não tivesse presenciado a prisão dos bandidos mais procurados da metrópole, os cães mais vis depois de Ilenidlavski, o sanguinário chefe da máfia casaquistaniana tambémchegada a pouco no Brasil.
Neste instante, com a missão cumprida, uma loira e uma morena agasalhavam seus corpos seminus em sobretudos muito usados pelos policiais da capital mais fria do Brasil."Nada de dançar para aqueles porcos salivantes", disse Danyele. "Ah...mas bem que eu não esqueço do Ilenidlavski... Oh que charme naqueles braços tão fortes e naquele olhar tão másculo"."Para mim não passa de outro porco!"