terça-feira, outubro 18, 2005

bertil ataca: segunda parte!

...mas Bertile, a ninjutsa sanguinária, não contava com a astúcia e o esmero defensivo de Zancanarius. Em cada canto do Largo da DesOrdem, que é redondo, havia um capanga armado até os dentes e as miras a laser descobriram instantaneamente a cabeça de Justiceira contratada pelo vil Ilendidlavski. Bam! Pum! Tau! E Bertile sorrateira e gatunamente escapou de tiro por tiro sobre o telhado escuro da Igrejinha e entre as sombras e escuridões confusas do Centro Histórico desaparecendo entre a neblina e a garoa que principava a cair e embaçava a visão dos atiradores. “Hhhhhhhh...fhhhhhhh...”, a respiração era tudo o que podia ser ouvido de Bertile escondida em seu abrigo fétido cheio de limo e sordidezas escritas em letras orientais nas paredes sujas do antro subterrâneo sob a Praça do Homem Nu. Esse era só o esconderijo pr’as horas de perigo extremo. Hacker das mais astutas e pérfidas, vivia de grandes transferências bancárias para uma de suas 342 contas bancárias espalhadas por paraísos financeiros, como Taiwan, Virgin Islands, Burundi e Brunei. A pouco tempo havia sido aberta uma conta no Quênia. O porquê ainda não se sabe... Tais operações ilegais nunca puderam ser rastreadas nem pelos Federais, a Interpol, o FMI, a OMC; quiçá a CIA pôde ser perspicaz suficientemente para desbaratar o esquema bertiliano. Sua casa era uma humilde mansão de 32 quartos, 18 empregados e uma cachorrinha labradora.
Agora Stiepán expressava um sorriso sarcástico, Leonard, o Macabro, um sorriso irônico e Zancanarius um sorriso superior de dever cumprido, desconsideravam qual a sorte que lhes estava reservada pelo futuro, então Danyele voltou do banheiro sem saber o que havia acontecido. Enquanto isso, no Castelo do Jardim Social __construção cuja sombra se projetava sobre a cidade no nascer-do-sol e impedia que se soubesse as horas antes das nove da manhã__ era ouvido um sorriso surdo por entre as garrafas de Caninha do Vale. Era Ilenid, trêbado, confiante na vitória não acontecida. “Rsrsrsrsrs...”, uma das vadias contratadas por ele surrupiava agora o último maço de notas no cofre cuja senha fora dada por Ilenid no quase delirium tremens em que estava. E Bertile atingia o nirvana pela oitava vez naquela noite, ao som de uma versão japonesa de Smell like teen spirit, antes de preparar o próximo a ataque.