quinta-feira, abril 06, 2006

A incrível noite do Helloween!

Quem poderia suspeitar? Helloween era a banda alemã de metal melódico mais dependente em heideggeraína que já visitou esses cantos subtropicais quase temperados do planeta!... Um pouco antes do show numa esquina escura, porém iluminada, de Ctba Stiepánovitch Lemonovski Cruz deixava seu carro sofrer de inanição de gasolina. Um mentecapto sujo realmente! No qual nunca houve neurônios na mente, senão coliformes fecais. Quem empurraria o carro numa avenida daquelas senão tivesse a companhia do garboso Valdinéli? Quem empurraria o carro naquela noite assim tão escura se não tivesse a companhia da charmosa e elegante Deborah? Certamente não seria Stiepán... no porta-malas do carro muita heideggeraína e muita falta de noção na cabeça de Stiepán. Deborah era uma informante da máfia berlinense que é a produtora exclusiva de heideggeraína para o mundo. Viera ao Brasil para se imiscuir aos expúrios integrantes da Sociedade para obter dados de como estavam os negócios nessas terras em tudo dá ao deus-dará. Mas Ilenidlavski soubera disso e disfarçara-se de Valdinéli naquela noite tenebrosa. Disfarce perfeito, ninguém diria que por trás daquele rapaz deveras simpático e gentlemaníaco havia um sanguinário criminoso.
No show tudo correu bem, poucos assassinatos. Ilenidlavski se contera, Stiepán também, mas, ó deus!, Deborah não! Socos, pontapés, tiros e navalhadas a cada elogio ao ouvido. Quando metade da platéia já havia apanhado Deborah começou a se conter.
Stiepán: __ Será que ela precisa de ajuda?
Valdinéli, ou Ilenidlavski: __ Perto dela nós é que precisamos?
Estava tudo bem, mas Ilenidlavski já embasbacara-se pela jovem berlinense. O que seria da nossa história se não fosse o porém de que Deborah ignorara os olhares de Ilenidlavski, com olhos de Valdinéli, pela possiblidade de falar com a banda ao fim do show? Nada. Mas o que aconteceu daí em diante foi uma cena jamais vista. Ilenidlavski chorando copiosas lágrimas trancado em um Peugeot 206 sob os auspícios gargalhantes de Stiepán. Essa não é uma história de aventuras como as outras sobre a Sociedade, meus amigos. Essa é uma história triste como pôr-de-sol triste. Nada mais restava aos nossos protagonistas senão o Largo da Ordem. Um melancólico, outro dando gargalhadas a perder de vista e uma terceira frustrada sem ter falado com a banda. Meus amigos aqui a história acaba. A não ser pela bandeira do Brasil suja de mijo. A não ser pelo Arlindo contando a sua história de vida. A não ser pela incrível petulância da noite que insistia em transformar-se em dia. A não ser pela memória que me falha e não me diz nada do que aconteceu depois. E voltaram todos para a casa cantarolando: “Fifteen men in the Dead Man’s Chest! Hohoho... and a bottle of rum”...