quarta-feira, agosto 24, 2005

Suicídio constante e declaração de fúria iluminada!


Meu coração explode todo dia, ao acordar e dar-me por ainda vivo. “Oh! Não se mate!”, disse Drummond. Drummond não sabe nada sobre matar-se. Mato-me 70 vezes por minuto a cada bater do coração. Desastres na mente pulsativa, catástrofes como um beijo violento, um cheiro de suicídio, dois passos para o caos e um para o cosmos, uma moeda para um mendigo e um escarro para os deuses do pó. Dizer “com licença” é ser eufemista para “vá-te a puta que o pariu!”.As pombinhas brancas são todas pederastas, os meninos todos monjes estupradores e santos distribuidores do ódio em potencial, as meninas freiras-deusas e prostitutas, de lascívia e pureza, numa luta interna entre o talvez e o se. Creram uns na divisão fácil do mundo em filosofias, outros retiveram-se na simplicidade e na inocência e uma terceira classe, de párias covardes, tornou-se pedante e podre! Dizem uns “escrever é coisa de maduros”, mas os maduros em breve apodrecerão! Retenho-me na angústia e no descontrole. Não escrevo por gosto. Escrevo por fúria! Sobrevivo.

“Luz! Luz! Mais Luz!”

quarta-feira, agosto 17, 2005

verborragia noturna!

Estupendo o sol acordou sobre o leste e caiu sobre as almas, que distraídas, flertavam com a eternidade ignorando a finitude. Trevas e tiros de luz espocando na lentidão quente do meio-dia, silvos e psius! desviando a humanidade ao torpor maravilhoso, brisa e calma, euforia e riso. Qual coração? pergunto eu. Qual coração flechar? Boas e más notícias trazidas. Cupido ao entardecer, Baco à meia-noite. E os olhos se abrem em silêncio contido e vão por um caminho desconhecido onde a lua e a neblina ceiam as almas de anjos meninos e flui do nada uma ária de Valquírias loucas. E cai... cai como o sereno no mundo absurdo dos tornados e dos moinhos enquantno o sol se põem.

quarta-feira, agosto 10, 2005

Ilenidlav mergulhado profundamente nas revoltas e tormentas de sua mente!

" Era cedo demais para se acordar, mas para quem estava a noite toda em claro seria normal estar em pé às cinco da manhã. Esteve à beira da overdose com ramonaína aquela noite, uma droga feita com os dejetos mais espúrios e sobras de toda sorte de rejeitos químicos. Bala na cabeça! Ah vc's não sabem, é bala demais! A gente fica louco e nem sabe... nem sabe o que tá fazendo.
Mas Ilenid era demais, fazia coisas demais, de um jeito estranho demais. Saiu pela rua endoidecido com uma fúria por toda coisa viva que via. Resultado: cinco assassinatos, seis espancamentos, quatro tiros à la franco atirador. Ele adorava atirar para o nada, quando esse nada era um monte de cabeças humanas despercebidas na rua. Bum... Eu ouvi um dos tiros. Corri até ele então levei-o ao meu apartamento na Avenida Rinska e explodimos nossos corpos numa entrega insana de emoções e nos deitamos e dormimos até as duas da tarde."
Giullia Neuen Katzenberg, ex-namorada de Martin Ilenidlavski.

segunda-feira, agosto 08, 2005

O início do fim!

"...e então desceu a rua correndo como um louco, olhando para traz às vezes, mas sempre batendo com aqueles pesões no chão: bam, bam, bam, bam...
É eu conheço ele. Tinha feito algo de errado. Subi a rua em direção do lugar de onde ele tinha saído, duas esquinas acima havia um corpo caído no chão com um rasgo que ia da cintura ao pescoço. Coisa horrível. Eu conhecia o tal, era o Schwarz, traficante, assassino, assaltante. Não sei quem estava mais errado, mas o tal caído no chão me disse ainda antes de morrer: me empresta sua blusa, tá ficando frio. Eu emprestei, foi a última coisa que ele disse, então corri também para não dizerem que havia sido eu. Esqueci a blusa lá. Mas os polícias nem vieram atrás de mim, não. E foi isso naquela noite. Mas durante o dia choveu muito e a chuva apagou o sangue do chão e da memória.
Louco como era não passava muito tempo sem aprontar alguma. Não tinha como, foi assim que tudo começou com o Ilenid, meu irmão mais novo, nos tempos de punk antes da máfia."

Depoimento de Layla Ilenidlavski, sobre seu irmão mais novo Martin.