domingo, junho 26, 2005

A corrupção de Danyele e do juiz Natalício: Stiepánovitch em ação!

O dia estava chuvoso, como se o céu tivesse escurecido para sempre. Então a chuva parou e em dois minutos tudo estava claro, terrivelmente claro nos céus de Curitiba. Eram seis horas da tarde. O dia fôra longo e Danyele Cristine saía da delegacia depois de mais um inócuo dia de trabalho atrás de pistas acerca de Martin Ilenidlavski. Mafioso casaquistaniano aportado a pouco em terras brasileiras com uma intenção única: enriquecer mais e mais à custa de seus crimes. Ao dobrar a primeira esquina à direita, percebeu que estava sendo seguida. Antes de qualquer reação um rapaz com a barba por fazer com uma bandana vermelha na cabeça e calças grunges e óculos espelhados segurou-a rudemente pelo braço e disse: “O juiz já está comprado, qual é seu preço? Seja esperta e junte-se aos bons”. “Nem morta Stiepánovitch, seu porco sujo! Não estou à venda, como juiz Natalício Valentim”. “Precisamos de alguém de dentro da delegacia para vigiar e esse alguém é você. Dois milhões é uma quantia boa, ou quer mais?” “Mais...?”, disse Danyele mudando o tom de voz de ameaçador para receptivo. “Cinco milhões e não se fala mais nisso”. “Oh cinco milhões é meu número da sorte!” “Tem muito mais de onde esse veio, mas você precisa nos emprestar seus olhos e sua voz. E precisa estar no momento certo na hora certa. Assim a Sociedade ficará eternamente grata.”

E foi assim que a incorruptível policial Danyele corrompeu-se. Deste momento em diante ela deixou suas madeixas voltarem ao negro habitual, sem nenhum disfarce mais. Agora Danyele Cristine, era conhecida como Danyele: a Anticristine! Stiepánovitch, o Advogado, regozijando sua mais nova corrupção, deitou-se no sofá de pele de carneiros da Renânia em seu escritório e bebeu o último gole de Moët Chandon da garrafa e deixou-se dormir inebriado com o álcool e com sua arrogância sem par. O juiz responsável pelo julgamento custara apenas dez milhões, dos vinte que tinha de verba. Os outros dez foram desviados para uma conta nas Ilhas Cayman. Danyele agora dormia, pensando em Ilenidlavski, seu grande adversário. Ilenidlavski nesse momento saía de mais uma orgia com três garotas encontradas na saída de alguma boate fétida. E os três cabeças presos__ Leonard, Zancanarius e Dostoievski Naka__ entornavam o primeiro gole de um Black Label contrabandiado para o interiror da cela por Dany Anticristine. Um mendigo adormeceu sob a marquise e os ratos continuavam a festa nas latas de lixo.

sexta-feira, junho 17, 2005

O mito da angústia, unheimlichkeit!

O homem solto na terra teve de sentir dor e frio, mormaço e solidão, fome e angústia. Povoou as planícies, todas as beiras de lago e rios tormentosos ou calmos; depois das planícies as altitudes, fez casas em penhascos e cavernas e conheceu o fogo e o alimento em excesso. Construiu cidades para se proteger e para conviver, fez miséria e plutocracia, ditaduras e anarquismos, capital e bem comum. O homem criou a arte, da arte criou outros mundos muito melhores onde a chuva não resfria nem alaga e o sol não é áspero na pele, fez dos sofrimentos beleza, da beleza sofrimento, comprou a terra, viajou até a lua, mandou notícia até marte, mediu os furacões, catalogou as estrelas e previu a vontade das nuvens e do vento. Tomou para si o conhecimento e dele fez transístores e chips, BMW's e fuscas, projéteis e escudos, castelos e casebres, cálculos quânticos e réquiems e sonatas e sinfonias e axé. Teve frio e agasalhou-se, teve dor e anestesiou-se, teve calor e refrescou-se, teve solidão e apaixonou-se, teve fome e alimentou-se, teve angústia e nada pôde fazer. O homem viu Deus, superior e intagível pela dor e pela confusão, e quis igualar-se a ele. Fez de sua razão fonte inesgotável de idéias, e das idéias jorro inifinito de técnicas e inventos, então o homem viu-se ainda humano e fraco, perdido e sem lar, como se sua pátria e sua cidade em vez de aconchego e segurança lhe dissesse o quanto batalhava consigo mesmo para superar-se a si e sua condição desesperante de quem não controla o próprio destino. Fez a filosofia para entender o mundo, mas o mundo não pôde ser entendido por sua mente descontrolada e imaginativa, inclinada aos sentimentos e sensações, às emoções diurnas mais razas. Tentou o misticismo, a magia, a advinhação, o messianismo; escreveu compêndios sobre o nada, adorou falsos deuses, refugiou-se em dogmas, teve fé, teve razão, não teve mais nada, optou por movimentos hippies e punks, pelas overdoses, pelo suicídio e pela loucura, porém ainda havia a angústia de criatura menor ante o criador. Buscou a onisciência, acreditou encontrá-la, mas caiu nas celas frias de um corpo fraco. Então sentou-se em uma poltrona ou uma cadeira qualquer, esqueceu toda a odisséia que travara até ali, fechou os olhos e deixou-se dormir e descansar o corpo exausto até o dia seguinte recomeçar e cair na bulha intensa de mais um dia sobre a terra.

quarta-feira, junho 15, 2005

A queda da Sociedade no Café Paris

Meia noite numa rua escura iluminada por um poste fraco e cansado de iluminar. Aos pés deste um senhor de sobretudo negro agasalhava-se do frio com as mãos no bolso enquanto esperava por alguém e por informações importantes. Do lado oposto da rua,completamente escuro, uma mulher de longos cabelos loiros cobertos por um capuz fez um sinal e o senhor de sobretudo cruzou oasfalto apressado."Tem de ser hoje. Todos estarão lá"."Todos quem?"."Os quatro cabeças"."O Macabro também?""Sim"." Tenho contas a acertar com ele"."Espero que dessa vez tudo seja feito como o combinado e o ataque seja só depois de nossa apresentação"."Não se preocupe!""Santa incompetência a de vocês, heim! Deixarem todos escapar na última vez. Aliás até mesmo Ilenidlavski, aquele porco sujo estava lá também"."Ora como assim?""Isso mesmo, mas agora não dá mais, ele não voltará tão cedo"."Então tá volte lá para rebolar pros criminosos outra vez""Idiota!" Então a loira virou-se e em passos rápidos dobrou a esquina, desceu a rua apressada, tomou um táxi e rodou pela cidade por longos minutos até descer em frente ao Café Paris onde ela, a investigadora Danyele, e sua companheira de polícia, Tatiane, trabalhavam disfarçadas na intenção de capturarem os chefes da Sociedade ou obterem qualquer pista que os levassem até eles.

Duas horas da manhã e novamente era anunciada a entrada ao palco das dançarinas que alucinavam os pensamentos dos freqüentadores engravatados com os bolsos recheados de notas azuis de cem reais. Stiepánovitch, o Advogado, ainda não chegara, mas o show já havia começado. Os policiais desta vez estavam disfarçados entre os clientes. Porém os olhos espertos de Zancanarius, o Metódico, perceberam a movimentação estranha, os olhares preocupados na multidão, os acenos de cabeça disfarçados. O climacheirava a tocaia. Naka e Leonard, o Macabro, despercebidos olhando embasbacadamente aos movimentos sensuais das duas dançarinas ao som de Moulin Rouge, não sabiam o que acontecia. Avisados por Zancanarius trataram de retirarem-se pelos fundos, mas foi que Danyele com um golpe de Krav-magá, aprendido no seu treinamento em Israel, derrubou Zancanarius, e Tatiane num só golpe de Kung fu, aprendido em seu treinamento na China, levou ao chão os outros dois.
Os policiais disfarçados atiraram-se sobre os criminosos como gatos famintos sobre ratos iludidos. Imobilizados e algemados ouviram de Danyele que seus dias de crimes haviam acabado e do delegado em chefe ouviram que veriam o sol quadriculado pelas janelas da prisão pelo resto de suas vidas medíocres.
"Alô..." "Alô, Stiepán?""Sim"."Eles foram pegos, não venha para cá"."Pegos? Como assim?...Ah eu avisei que não deveriam voltar lá. Mas deixe comigo...deixe comigo"."E a minha recompensa pela informação vou receber ou não?""Claro que sim. Aguarde e será recompensado". Fim da ligação e o garçom voltou a servir mesas displicentemente como se não tivesse presenciado a prisão dos bandidos mais procurados da metrópole, os cães mais vis depois de Ilenidlavski, o sanguinário chefe da máfia casaquistaniana tambémchegada a pouco no Brasil.
Neste instante, com a missão cumprida, uma loira e uma morena agasalhavam seus corpos seminus em sobretudos muito usados pelos policiais da capital mais fria do Brasil."Nada de dançar para aqueles porcos salivantes", disse Danyele. "Ah...mas bem que eu não esqueço do Ilenidlavski... Oh que charme naqueles braços tão fortes e naquele olhar tão másculo"."Para mim não passa de outro porco!"

segunda-feira, junho 13, 2005

Gênesis e o mito de como o universo se fez universo.

No início era o nada. Então do nada tudo se fez. Ilógico? No início nem a lógica havia. Tudo aconteceu assim numa tarde de verão antes mesmo que houvessem tardes e verões, ou mesmo madrugadas e invernos que os contradissessem:

Houve a vontade suprema que é eterna e atemporal, não tem corpo nem mundaneidade, nenhum erro ou imperfeição, conhece e é conhecida antes mesmo que se pense ou a admita. E esta quis que se fizesse o espaço e o tempo, e assim se fez. E viu que era bom. Então criou a matéria e a metafísica, e separou-a em base fenomênica perceptível e coisa-em-si "real para si, mas não conhecida por nós"(KANT, Immanuel, in:KrV, prefácio à segunda edição). Então houve dúvida... que chato a matéria inerte dispersa no universo como uma colisão de átomos loucos e sem destino! Foi criada, então, a forma e com ela os planetas e com os planetas as luas, puxa-sacos de planetas, e soltos no espaço os asteróides para chocarem com os planetas e não deixarem assim que vida celeste caia na pasmaceira. Sobre alguns planetas foi distribuído ar e água, ao ar o direito de queimar-se em fogo e à água o direito de apagar o fogo. Mas houve incerteza... Havia o espaço e a água, os planetas e as coisas, as formas e o fogo, mas do fogo nada resultava a não ser uma violência de calor sob a pele das coisas. Então a vontade suprema criou Thomas Eddison e este disse: "Fiat lux!", e fez-se a luz num filamento de cobre, e depois disso a alegria brotou na primeira aurora dos planetas e a solidão na primeira noite dos planetas. E por todo o sempre seria assim. Mas o universo com forma e luz, cor e água, pedras e coisas era ainda incompleto! Então foi criado Diógenes e dele retirada uma costela para que se criasse o homem e outra para que se criasse a mulher. A estes foi dada a razão, mas não a capacidade de controlá-la. E foram soltos, homem e mulher, no paraíso. O paraíso era chato como descascar laranja ou tomar chuva fria. O homem quis superar à vontade suprema. E criou a família, da família os os genos, dos genos as pólis, das pólis as cidades, das cidades as metrópoles, das metrópoles o caos. Criou o homem códigos de boa conduta e prisões para os que não a seguisse, guerras para conseguir poder e tréguas para concedê-lo, BMW's e fuscas para se chocarem nas avenidadas, individualismo e factualidade, luxúria e conservadorismo, capitalismos e comunismos, e mais códigos e regras, e mais soldados e canhões. E houve fumaça sobre a cabeça dos homens e buzinas no trânsito lotado, e raios na madrugada densa, tiros na periferia escura, estradas levando ao sertão, sertanejos chegando à cidade. E houve mais caos, e houve mais dúvida. Que fazer agora, nessa angústia de avenida entupida? Por onde fugir aos riachos e campinas, como escapar da dor e da solidão? O homem pensou em sexo que o divertisse, em psicotrópicos que o livrasse da realidade, e música que acalmasse seu desejo de fuga. Dessa vontade humana nasceu o rock, do rock fez-se Ramones e de Ramones o punk como alheamento à dura condição humana. A vontade suprema pensou no verbo e o verbo se fez, do verbo brotaram palavras, das palavras brotou Homero, e de Homero James Joyce. Então as coisas, recém-criadas, fizeram sentido e os homens criaram a Filosofia para compreendê-lo, mas perderam-se na obscurescência do caos e do descontrole da sua razão como um cão sem dono, ou uma abelha sem colméia. Então para dar ordem à vida humana, e levar-lhe luz aos olhos criou-se Nietzsche e o sentido pairou pelo ar durante três mil anos até recair sobre as mentes humanas.

Muitos dias e muitas noites já haviam se passado então, e a vontade divina adormeceu sobre uma nuvem qualquer e sonhou com os dias de sua infância antes do tempo e do espaço enquanto tudo ainda era nada.

sábado, junho 11, 2005

A incrível noite no Café Paris e a primeira a aparição de Tatiane.

Duas horas da manhã. O palco preparado com luzes bem dispostas em direção ao centro. "Atenção a todos é chegado o grande momento da noite!" Ela. Ela mesma, Tatiane, a melindrosa, dotada de curvas estonteantes e um olhar fulminante entrava ao palco vestida com roupas o mais insinuantes possível. E o show começou. A mulher dançava destilando sensualidade sobre os olhares hipnotizados dos freqüentadores do Café Paris, casa noturna muito requisitada de Curitiba. Freqüentada somente pelos bons de granada cidade e turistas curiosos pela fama da sensualíssima Tatiane. Neste dia a Sociedade comemorava um grande assalto realizado aos cofres da Casa das Freiras Carmelitas, notadamente reserva de grande quantia de dinheiro. Zancanarius e Leonard, os mais embriagados, depositavam a cada minuto uma cédula azul com o desenho de uma garoupa no corpete da ninfeta, logo substituído porum biquíni mínimo. Dostoievski Naka e Stiepánovitch apenas contemplavam a sensualidade lasciva e voluptuosa que lhes era jogadoaos seus olhos carnívoros e desejosos. Mal sabiam eles...mal sabiam do que se passava por trás das cortinas vermelhas, atrás das luminárias, embaixo dos olhares furtivos escondidos no meio da escuridão penumbrosa do local. Entre uma baforada e outra de um dos presentes era planejado o fim da Sociedade e seu destino de crimes.

Martin Ilenidlavski. Notório inimigo da organização criminosa de Naka, Zancanarius e cia. Tirava outra baforada de seu charuto cubanoacompanhado de um copo de cerveja barata. Nunca bebia as cervejas caras, por superstição embriagava-se sempre com o que de piorpodia ser servido. Coçou sua barba de mendigo que lhe dava um ar irresistível frente às mulheres e acariciou o cabo de sua sub-metralhadora Uzzi escondida sob seu casaco já pensando em atacar enquanto olhava seus próprios comparsas disfarçados e esperando uma ordem para iniciar o tiroteio. No entanto Tatiane arrebatou também seu olhar e o colocou num estado de transe voluptuoso. Alguns minutos depois já livre do transe, voltando a si, com um olhar ordenou o ataque. Neste exato instante a polícia adentrou ao local dando voz de prisão aos cabeças da Sociedade ali presentes. Foi então que uma chuva de balas espocou aos olhos de cada um, as luzes apagadas deixavam que se visse apenas a faísca dos tiros que se ouvisse gritos e mais gritos sem saber-se quem gritava. Como que por milagre os quatro __ Stiepánovitch, Naka, Zancanarius e Leonard__ escaparam por uma porta secreta já conhecida. Leonard abatera cinco oficiais da lei, os outros apenas tiveram tempo de limpar a saliva por olharem a dançarina Tatiane antes de correr.

Ilenidlavski saíra também ileso anonimamente na correria da multidão que deixou o local. Quem poderia ter dado a informação à polícia? Quem era o delator, o informante infiltrado, ou seria apenas um observador ali presente? Dúvidas, apenas dúvidas bailavam na mente dos quatro cabeças da Sociedade. Tatiane e uma de suas amigas, uma loira de cabelos longos que preparava-se para entrar ao palco no momento da confusão, ao tentarem correr para o camarim tropeçaram com seus saltos-altos e caíram nos braços de Martin Ilenidlavski. "Meu herói!", exclamaram ambas ao mesmo tempo sentindo-se arrebatadas pela presença máscula e pelos músculos muito desenvolvidos do criminoso. Então voltaram ao camarim para protegerem-se dos tiros com o coraçãobatendo rápido e muito forte, tanto por presenciarem tamanha confusão, quanto por terem conhecido em situação tão insólitaalguém Ilenidlavski e seu charme inconfundível.

terça-feira, junho 07, 2005

Um vampiro pós-punk com um pico-na-veia.

Na rua um cheiro de álcool e monóxido de carbono. Um pico-na-veia. Um bom pico-na-veia, daqueles que eu nunca farei:
Às nove horas de um domingo qualquer... a cabeça estava um pouco tonta, mas ainda via homens bem-vestidos e mulheres bem-comportadas saindo de um teatro pensando no que fariam à noite depois das crianças dormirem; o mesmo que pensava às suas filhas de doze anos olhando para jovens de vinte e poucos muito confusos sobre a terra. Santificada seja a ilusão...bem elogiada seja a danação...Dos orgasmos de todos os profetas e suas cartilhas de boa vivência nasce um cheiro indissolúvel de luxúria.
"A benção meu pai, a benção minha mãe! Vou pro ponto, rezem por mim, para que não seja morta, para que eu seja desiludida, para que eu não veja a luz do dia sem dinheiro pro almoço de vocês...que cada dia seja como este dia, que cada noite seja como esta noite que não é noite, uma eterna penumbra dentro de mim pelos séculos dos séculos...que meu corpo sempre jovem, meu sorriso sempre branco, minha pele assim tão lisa, meus lábios asim tão vermelhos tragam mais um dia de vida e conforto mínimo para vocês, pai e mãe. A benção meu pai, a benção minha mãe! O dia está escuro, eu não posso ver como meu dia passa em silêncio à minha frente e a velhice armada de faquinha afiada à minhas costas. A benção meu pai, a benção minha mãe."
Na anca lasciva das colegiais brota um cheiro de suicídio em suas coxas como os raios do sol sobre a terra. Chove sobre minhas emoções o mel das abelhas da rua quinze e botões de rosa em flor sob as blusas insinuantes. Esquiva o olhar e mergulha nos meus olhos com toda a força de sua adolescência.
Um estudante se confunde na multidão atônita da noite curitibana em direção à sua casa, mas como não se perder?... entre ruas tão escuras, entre almas tão iludidas, entre olhares tão fortuitos. Santificada seja sua danação ó homem de bem. Bem aventurada seja sua confusão mental ó anjo pós-punk. Enaltecida seja a multidão dos seus olhos. Estuprada sejam suas palavras, distorcidas sejam suas confissões ao pe´do ouvido. Tapa na cara das virtudes morais, tropeço nas pedras do caminho virtuoso, ainda assim desiludido e de olhos abertos, consciente e de olhos bem abertos sem disfarce atrás de nenhuma máscara alheia.
...então o dia nasceu barulhento e estéril e todos foram outra vez convidados ao ruído inútil do dia-dia.

sábado, junho 04, 2005

Assalto à casa do sofista Alexandr!

Jonathanus Zancanarius quando criança tinha o hábito de esconder -se atrás da porta doquarto onde estava o berço de sua irmã mais nova, hoje já adulto, tem o hábito de praticar assaltos relâmpago com precisão cirúrgica. Alexandr era sofista conhecido em toda região metrpolitana de Ctba, dava aulas de metafísica, de vagas concorrídisssimas por sinal, com uma extrema habilidade retórica onde distorcia, contorcia e mutilava a realidade sem que seus discípulos soubessem; estes enchiam-se de admiração e orgulho pelo mestre. O que nenhum deles sabia é que Alexandr era um viciado e apenas conseguia destilar tanta sabedoria sofística quando estava sob o efeito de a heidegeraína, uma droga muito conhecida na Alemanha, onde fora inventada.
Tudo planejado, Jonathanus e Leonard, O macabro, estavam acertando os últimos detalhes e foi que o celular de um deles tocou, era E. Dostoievski Naka. "Sem falhas desta vez!""Não se preocupe chefe, hj a Polícia Federal não vai interferir", disse Leonard. "Assim espero" Telefone desligado, Jonathanus disse:" o Naka está tomando controle demais, querendo poder demais"."Controle antes de ser controlado", disse O macabro. "É o que farei, mas não hj, que tenho contas a acertar com Alexandr". Jonathanus foi discípulo de Alexandr em passado não muito distante. Decepcionado, hj ao completar dois meses de atraso no pagamento, não havia mais o que esperar. Leonard desceu do carro e caminhou pela rua escura enquanto Jonathanus fazia sua última oração satânica. Ambos posicionaram-se em frente à porta de Alexandr e estouraram-na com chutes violentos, Alexandr na posição de flor de lótus sobre uma mesa com um exemplar de "Como influenciar pessoas" do Roberto Shiniashiki jogou-se aos pés de ambos implorando clemência. Leonard citou: "Pois bem: já estou tão enfastiado da minha sabedoria, como a abelha que acumulasse demasiado mel" de Assim Falou Zaratustra. E após uma sessão de pressão psicológica em que Alexandr foi coagido a confessar que Aristóteles era melhor que Platão e que Kant e melhor que Heidegger, este foi condenado à morte e executado com cinqüenta perguntas estúpidas sobre metafísica, ao que não suportou falecendo de colapso cardíaco-metafísico e insuficiência ontológica no Dasein.
"Como foi?". "Tudo certo, este não vai dever pra ninguém mais". "Excelente". Fim da ligação. "Temos contas a acertar Naka...Temos contas a acertar..."