quarta-feira, janeiro 18, 2006

Declaração de veemência e suavidade

"...como um fio de algodão
acalmando um furacão."M.I.

Não há vida fora de mim
Não há morte fora da mim
Eterna dialética de existir-nãoexistir

Quero uma amante louca
De mil tornados sobre si
Eu quero muito mais que viver
Eu quero girar como girassóis

Mas se tiver um bom descanso
Ouvindo as sinfonias das chuvinhas safadas
Destruindo a monotonia com o silêncio sonoro das suas gotas

Mas os tanques voltarão
Quando voltarem estarei preparado para a batalha!
Que venham AK’s e .40’s!

Farei qualquer dia
Uma ode aos b52’s,
Uma elegia às baterias antiaéreas,
Uma saudação aos mariners,
Mandarei um beijo cortês aos cavaleiros da morte,
E seus engenhos maravilhosos de destruição em massa,
Cartinhas carinhosas aos generais,
Lustrarei as estrelinhas deles com sangue dos inocentes,
As botas com a saliva que já escorre
das bocarras insaciáveis deles.

mas quero girar e girar agora
como um girassol em fúria
como um planeta em órbita
ou em rota de colisão

Eu quero encontrar as supernovas
Eu quero um bigbang pra mim agora

Eu quero ver a vida por aí
Em qualquer instante jogado
Mas não há vida fora de mim
Não há morte fora da mim
Eterna dialética de existir-nãoexistir