sexta-feira, maio 13, 2005

Eduardo, um assassino impiedoso (Parte I)

Enquanto a poeira se alevantava ao horizonte e avermelhava a paisagem desde o sol nascente, Eduardo Dostoievski Naka passava com seus tênis negros no asfalto da Erasto Gaertner. Aquela noite havia sido complicada, como dizia para si próprio. No entardecer do dia anterior, ao passar pela sede da "Sociedade", ramificação brasileira da máfia nórdico-japonesa, descobriu sobre sua mesa um bilhete em papel de pão, um aviso de que estava sendo traído pelos seus comparsas de organização criminosa. Resolveu eliminá-los com suas mãos rápidas, treinadas no gatilho e na palheta de uma guitarra punk, para que servissem de exemplo de sua sanguinolência e implacabilidade.

Ao bater das 7h, na esquina das Marechais, um rapaz vestido com roupas grunges e um mala preta com um insígnia da PUC, era baleado com trinta e dois tiros na nuca. Era Stiepánovitch Lemonovski Cruz, também conhecido como "O Advogado" no submundo curitibano. Libertava os membros da Sociedade das grades da Lei com um piscar de olhos e um assinar de cheques com os quais comprava juízes, delegados, carcereiros e tudo o mais que tivesse preço, e todos tinham o seu. Testemunhas dizem ter visto um Tempra prateado cantando pneus logo após o ocorrido. Meia hora depois no Largo da Ordem, em frente ao Radio Rock, no meio da turba que começava a se aglomerar um rapaz alto de roupas negras, feições fortes com uma barbicha estranha estendia-se ao chão cravejado por tiros de metralhadora. Era Jonathanus Zancanarius, também conhecido como Schwarzmann, arquiteto de toda sorte de crimes e falcatruas possíveis, chefe da ala metódica da Sociedade, mentor intelectual de quantos assaltos, assassinatos e execuções sumárias a Sociedade já tinha participado, braço direito de Eduardo Dostoievski Naka para ações relâmpago, verdadeiras blitzkriegs de precisão cirúrgica.


Agora o assassino comia lentamente uma coxinha numa lanchonete de chineses qualquer, dessas que se proliferaram pela cidade; ele maquina como será sua próxima execução enquanto toma um gole de refrigerante gelado...

4 comentários:

Anônimo disse...

Isso é um ultraje! Quero expor a minha indignação diante das situações expostas de maneira nada reais nesse relato. Diga-se de passagem que o mesmo não se trata de um acúmulo de calúnias a respeito de minha pessoa. Onde já se viu? Refrigerante gelado? Como assim? Eu, como devoto e um dos mentores intelectuais da filosofia do cachacismo, exigo o respeito que me devem. Refrigerante gelado nunca, cerveja sempre. Suco nunca, vinho sempre. Água nunca, aguardente sempre.

Nos veremos no tribunal.

Anônimo disse...

é a hora e a vez de se colocar as cartas na mesa. sabemos da dificuldade do sr naka em admitir, mas ainda que isso custe a sua reputação temos de expor a verdade na crueza dos fatos. não há que se chocar com verdade, pois ela é inexorável. agora devo revelar, é chegada a hora: além de gelado o refri era LIGHT. ihhhhh!
e tenho o dito.
martins.

Anônimo disse...

Bom find meu anjo nobre, sinto tua falta.. nem mail responde mais...
Volte,
Bjos,
Nobre Dama

Anônimo disse...

Eis que volto do posmortem para assombra-lhe com a ira da minha indignação! A perversão funesta com que este autor fúnebre dá cabo ao personagem central da trama, Stiepánovitch, é escatológica! O que, porém, ninguém sabe é na verdade aquele defunto era apenas mais uma das peças do sórdido jogo de Stiepánovitch, um sócia muito bem escolhido para simular a morte deste mestre do crime (pena que o sócia teve que ser eliminado, não que Stiepánovitch se preocupe com isso), que agora tido como morto, pode ensejar seus mais macabros planos. Huahuahuahua.