segunda-feira, julho 18, 2005

storms and hurricanes in danyelle's mindnotebook!

I

Terra marrom, tosse e cadê o asfalto? E daí o copo cheio de café, cheio e frio, era da cor da mão que não bebia. Elaborando uma breve descrição dos seus desacúmulos financeiros, faz anotações...Realmente ele não sabe o que fazer, leviana impressão de que tudo irá se resolver.

II

Liberdade é o tema que já foi e ainda vai ser sempre: imprescindível, essencial, e, e, e, é tudo o que queremos na verdade: um namorado compreensível, uma vida sem namorado, dinheiro, mil carinhos pra escolher, matar os problemas, dinheiro, mil caminhos pra escolher, matar os problemas, enfim sair desta posição que nos foi imposta e poder ir pra qualquer outra. Frustração, vontade de fazer o que eu não devo, mas o que eu devo? A quem eu devo? Não, não é isso. O que é então? Qual é a questão ?

III

Cartinhas, bilhetes, ou até poesias baratas, nada disso me valem. Eu não mereço tão pouco, esse muito que você faz não basta.
DESCRIÇÃO 1
Ele é o cara, que na verdade inventou mil máscaras pra usar conforme o seu humor, homem, solteiro, procura: aquela de vestidinho largo com temas floridos por cima da meia-calça de lã-preta e um coturno no pé (afinal, faz muito frio por aqui nessa época do ano), se for ela mesmo, vai ver o seu olho castanho por trás dessa lente que ele usa para corrigir seu resquício de miopia. Mentirinha que ela conta pra todo mundo, na verdade... a verdade não existe ainda. (Esqueci essa droga!)
_Viu? Não, não ...olhe de novo!
_E agora? Você viu?
Olha só o que está acontecendo sem ninguém perceber. Existem duas pessoas cá no mundo da neblina alaranjada, quem deixou a porta aberta? Agora mesmo que a gente tente convencê-los a irem embora não vai dar certo, estão deslumbrados com esse mundo. É, é, é, lembra quando nós dois chegamos aqui? O único, ou melhor o pior dos problemas vai ocorrer sempre que os dois ou um só deles entrar percebendo que está entrando, só não perturba a ordem desse nosso mundo confortável e aconchegante àqueles que apercebessem que estão dentro do mundo quando já estão aqui.
Ficamos mais vulneráveis, até um tanto pacíficos, e é justamente por isso que levamos mais um soco no olho sem esperar, esse é o que dói mais e ocorre com muita freqüência. Voltei p´ra casa ontem e acho que vou ficar por aqui uns tempos.

IV

Ela
-EI...!? QUEM É VOCÊ?
-ANDANDO COM ESSE CAVALO MARROM.
-PASSANDO PELA TRILHA QUE EU ABRI.
-NESSA FLORESTA CHEIA DE FOLHAS.
-SÃO DO OUTONO E FAZEM BARULHO.
-DROGA! CORTEI A MINHA MÃO.
-NÃO, NÃO PRECISA, EU TENHO ESPARADRAPO.
-OBRIGADA MAS PODE IR AGORA.
-ACHO QUE O SEU CAVALO ESTÁ COM SEDE
-VÁ EMBORA, POR FAVOR!
-EU TENHO MUITO TRABALHO AINDA.
-SOCOOOORRO!!!
Ele
-EU A PEGUEI, SIM.
-TEM UM GRAMADO VERDE MUSGO, COM A GRAMA BEM APARADA (DIA SIM, DIA NÃO).
-É EXCELENTE PARA JOGAR FUTEBOL.
-FICA A CINCO MINUTOS DE CAVALO.
-NÃO IRIA DAR CERTO COM ESSE CANIVETE.
-VOCÊ IRIA DEMORAR MUITO.
-NÃO É LEGAL CHEGAR ATRASADA NO ENCONTRO.
-ESTAVA NUMA TRILHA PERTO DA SUA.
-QUANDO TE VI NÃO TIVE NENHUMA DÚVIDA.
-ESTARIA LÁ NO GRAMADO ESPERANDO.
-E QUANDO VOCÊ CHEGASSE,MESMO COM ESSE CABELO DESPENTEADO.
-EU SABERIA...
Autor
-E FORAM MORAR EM UMA CASA BRANCA, QUE FICA DE FRENTE PRO GRAMADO, PRA PONTE E PRO LAGO.
- MAS, QUE ANTES NÃO EXISTIA.


DUARTE, Danyelle Cristine (Dany Anticristine)
; aforismas sem título; in: cadernos por aí!



6 comentários:

Anônimo disse...

Stiepánotivtch Vive!!!

Pois, saibam incrédulos da arte do bem amar,
Que a perícia que tirou a Sociedade do mal julgar,
Teve menos validade na importância corrompida paga
Do que na maestria de Stiepán e sua retórica larga

Saibam, meus amigos de raciocínio lerdo,
Que Stiepánotivtch, a muito tem por certo,
Que seus comparsas torpes, em desacerto,
Não demorariam a trair-lhe a fé depositada
E lhe armariam logo uma emboscada.

Que
Stiepánotivtch, prodigioso na arte da dissimulação,
Logo já lhe tinha descoberto, claramente, de antemão
Pôs, assim, sem mais delongas, seu mais sombrio plano:
Acabar com a Sociedade e com a Máfia casaquistaniana,
Sem que a estes restassem o mais remoto engano
De que era Stiepánotivtch era o mentor de toda a trama.

Sem dúvidas, com seus companheiros e Ilenidlavski brincou,
Sem que tivesse com essas organizações o menor pudor,
Com trinta e oito tiros na nuca pensam que o mestre findou,
Mas é só o chegar de um novo tempo que lhes trará infinda dor.

Por fim, o que quero dizer com essas rimas baratas
É que Stiepánotivtch vive e que logo dará as cartas,
Preparem Ilenidlavski e Dostoievski Naka seus jazigos
Pois esta é a hora, morreram todos, seus filhos e amigos

Anônimo disse...

Eu não acredito que vc fez isso... foi legal..., mas vou começar a cobrar direitos autorais.
bjs!!!

Anônimo disse...

Puxa, nunca recebi um poema me ameaçando de morte... Sinto-me honrado! hahahaha

Anônimo disse...

Isso é para que vcs percebam a sofisticação, estilo e perícia com que o mestre das tramas lida com suas vítimas, futuras carcaças rotas e fétidas. Huahuahuahua

vrmart disse...

a srta Danyele refugia-se de suas preocupações na prosa-poética, costura suas divagações com surrealismo insuspeito... está publicado, não tem como voltar atrás. rsrs!

vldnl

vrmart disse...

sr stiepán!
tens o dom da retórica, porém não tens o dom da espada. en garde! fétido verme das entranhas da terra.
conhecerás através do aço espanhol de minha espada o fim de seus crimes. fuja, grite, esconda-se em cavernas, no frio e na solidão ou tvez no suicídio e no desespero.
cordialmente vldnl!