segunda-feira, outubro 10, 2005

"Ode Noturna", outro trecho apenas...

Um homem sentado à porta de um Banco.
Não come a dois dias. Não pede esmolas por orgulho próprio.
Mas deixam trocados aos seus pés.
Junta tudo rapidamente e imagina o alimento a ser comprado.
Mas o bar, mais próximo, vende álcool a preços baratos.
Fome ou vício? Vício. Confusão.
A fome o matará se não for saciada, o vício só o matará se ceder a ele.
Ele cede, fraco e humano, tenso e triste, angustiado e triste.

Noite sem estrelas.
O homem viciado deve dormir nalguma calçada,
Um sono leve e atento, com medo do mundo enquanto dorme,
Com medo de si enquanto acordado.
Na dissimulação infinita da luta entre si e o mundo, sem nunca vencer ou perder,
Apenas a luta infinita, dissimulada, e vazia.
Um embate moral, sem choque físico entre corpos,
Onde o mundo, muito maior e absoluto e assustador,
Vence constantemente sem jamais vencer por completo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Foi aquele bêbado filho da puta que roubou meu VT?

Apenas para estragar o poema...

Anônimo disse...

Antes, peço desculpas pela minha ausência, certamente em demasia sofrida por todos que vem a esse blog não para ler os contos criptosos-valdinelicus, mas sim para ler meus comentários sobre eles!!! Como eu não havia lido nenhum dos últimos três aforismos, deixarei um tríplice-comentário-blogal. Na verdade deixarei só um, porque com minha descomedida sensibilidade conseguir perceber uma intima ligação entre os três últimos textos, que se dá mais ou menos assim: O cão metafísico do segundo texto é a “encaonação” literária transcendental paripotética que transveste o personagem com o fulgor do personagem “dragoniano” surreal que faz par com São Jorge no texto anterior. Fora disso há de se salientar que todos os três contos têm a noite como pano de fundo e eelementos relacionados com ela: a lua, o pub (porque ninguém vai a pubs durante o dia) e o sono. Elementos de alta influência “heraclítica”. Certamente, com esses elementos, o autor (o Tio Vald) quis demonstrar a experiência fenomenológica em seu dar originário. A lua, aqui em contraposição, mas não em absoluto, com o Sol, representa o iluminado, ou seja, o ente que se dá no desvelamento do ser. O Sol, como aquilo que ilumina (e para quem não sabe é da largura de um pé humano) e dá vida é o que põem a lua (ou o fenômeno) no desvelamento.

Vai dizer que não é isso?

Humildemente,

Stiepan

Anônimo disse...

eu até falaria do pub como recôndito secreto da existência, uma espécie de buraco para o nada, mas me faltou imaginação e mesmo porque essa interpretação não me agradou muito. Daí eu pensei que essa falta de criatividade podia ser uma boa interpretação sobre o sono. Mas eu também não gostei muito. Então o melhor é eu ficar quieto e parar de tagarelar. É que como eu fiquei muito tempo sem falar nada eu resolvir falar um bocado! hehe

papagueadamente,

Stienpan

Anônimo disse...

Mais um recorde vai para a sala de trofeus de de Stiepan!! O ilustre figura é o número 2000 a entrar nas entranhas desse incauto blog!!!