ontologia descritiva de si
sou o som das buzinas, a negação das buzinas no silêncio por trás do tumulto
a metropóle que nasce tão morta na marquise
a complacência dos psicopatas
a psicopatia delicada de analisar a alma humana
a demência bem velada de qualificar e quantificar em classes as personalidades
sou o que não pude ser, sou um além de si muito aquém de si mesmo
um copo que transborda ondas e mar tempestuoso
um cálice de vinho fino despejado ao ralo da pia
o despejo do vinho fino ao ralo da pia
o ralo da pia em que despejam o vinho fino
mas não o vinho fino despejado ao ralo da pia
o que não sou, mas me pretendo a ser
o que devo ser sem que eu seja
o vir-a-ser condenado a não-ser
o não-ser que é ilógico na sua única lógica
a recusa da lógica na pretensão de raciocinar
o raciocínio que sente antes de pensar
o grito num túnel soterrado
a melodia além da orquestra que ressoa
nos ouvidos do mendigo em frente ao teatro
sou o que fui enquanto queria ser e passei a vida querendo...
domingo, março 05, 2006
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4 comentários:
É por isso que eu acho que você não vale nada!
Continue os contos, fale da saga da sociedade!
Assim, temos mais de vc!
que você não é vinho eu percebi... vc é mais chegado na vodka. (ha ha ha - piada cretina).
e não desmereça o Coração Nativo (não Chão Nativo... tsc tsc tsc) pq eu ouvi boatos de q vc tentou comprar o cd deles com autógrafo e td.
bjo
Eu tentei....
Vc ouviu o trrrriiimmmmm, mas não ouviu minha voz....
Saudades,
Saudades de ler vc!
Bjinhos, os de sempre!
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